E era amanhecer,
nunca ninguém vira um céu avermelhado assim,
o cheiro de sangue que pairava no ar, as aves dissiparam em seus vôos autoritários,
nada seria como antes, mas, esse céu predizia um novo tempo.
Dentro da mata, ouvia ainda o pio dos bichos,
os passos de cada bicho grande
e no último galho de cada árvore
uma ararara cantava a paz,
era um cantar cada vez mais leve
depois, toda mata em festa começara a fazer companhia a Odé ...
Odé estava triste, Odé tinha mágoa mas, estava hipnotizado com o Céu de Olorum
agachou a margem do rio e engrossou a sinfonia da mata.
No meio do rio, que estava brando
a moça de Ouro aparece devagar ... " bela moça!" - distraiu Odé
seu manto confundia com as águas do rio,
em suas mãos o espelho do futuro e dançava, não chorava
sabia que aquele caçador não precisava de mais rancor, mais ira, mais dor
cantava o som do consolo, da paz, da energia da esperança!
Odé suspirou, Odé abaixou sua cabeça, Odé se encantou por Oxum ...
A mata num único som abraçou o sol sobre os dois,
e o rio, antes brando agora começava a se mexer,
um ir e vir daquela mulher
que, por Benção de Olorum transformou o céu azul, um manto azul claro,
Odé sorriu , nem tudo estava perdido,
era preciso às vezes recuar
e silenciosamente guardar seu lar: com firmeza e ternura.
Assim é Odé,
Assim é Oxum
que com mexilhão das águas do rio
e a flecha certeira de Odé
protegeram a mata
e até hoje, cada bicho solta um pio,
vem na frente , abrindo caminhos para Odé e Oxum
que caminham lado a lado entre rios e matas,
entre cachoeiras e pedreiras
entre céu e terra,
entre dia e noite ...
Não há um caminho que Odé não conheça
Não um rastro que Oxum não abençoe ...
quanto ao cheiro de sangue?
está guardado,
ora debaixo de sua flecha
ora debaixo de seu espelho de feiticeira
prá aqueles que desrespeitam o solo sagrado de Odé e Oxum ...
Salve Oxossi!
Salve Oxum!

Que lindo!
ResponderExcluirObrigada!
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