terça-feira, 6 de agosto de 2019

De volta a Calunga


Na verdade nunca foi fácil, tudo era feito com cuidado.
Acumular riquezas era seu foco, desistia pouco a pouco de outras pequenas  importâncias do mundo.
Acumular.
Acumular.
Enriquecer.
E assim foi, comprar um coração era o máximo que poderia alcançar.
Comprar.
Comprar.
Amor se compra, amor se vende, amor é poder, dinheiro é poder.
Fogo e paixão não combinam.
Amor de sangue, também não.
Apenas atravessar  o Rio Nilo foi a danação.
Errou ao perdoar talvez, mas acertou no perdão mais honesto.
O fogaréu o arrebatou deste mundo, Aleluia! livre!
A vida segue, após a danação.
Testar o próximo ficou como missão, como sina.
As linhas demoraram  ao cruzar, ninguém sabe, ninguém viu, ninguém fala. Segredo.
Figura a morte e vida, como cruz ou proteção ou ainda, assim o era.
Não há calendário em seu dia.
Não há noite, nem dia. Tudo infinito.
Cruza os mundos , mas volta pra Calunga, lá é seu reino.
Aleluia! Tudo é mistério...
Firma a lei da verdade, é preciso lealdade pra cruzar seu olhar.
Não se cansa de trabalhar, a peregrinar...sempre a peregrinar.
Lá vai com sua capa negra outra vez prá Calunga
depois de cruzar o mundo,
depois de assistir a fogueira,
depois de acumular tudo outra vez,
depois de comprar o amor,
depois de saber que nem tudo  é poder,
Salve seu Exu Caveira!
Laroyê!






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