Ainda debaixo do maior clarão da lua, ou ainda que a rua fosse estreita e durante mesmo quem não quisesse, ao menor passo da escuridão ele estava por lá, a espreita....tão só, tão sóbrio.
Não existia hora.
O relógio marcava qualquer hora, mas, ele estava por lá, não à toa, não por nada.... ali era seu lugar.
Pouco sabia de seu passado, o futuro era tão incerto quanto e o presente era a sua vida.
Seus ouvidos ouvem o que o outro não quer ouvir, sua boca, aah! sua boca fala aquilo que ninguém quer ouvir também mas, seu olhos, marejam por aquilo que ele não quer ver.
Segue igual.
Sóbrio. Solitário, não sozinho, mas segue.
Em suas mãos a estância da vida, o perfume é dos mundos: de café, de cigarro, de revista, de um abraço de mulher, às vezes uma noite de ópera ou ainda o cheiro de alguém perdido na beira de algum cais.
O medo é sua fortaleza, e a coragem sua fraqueza, segura sua bengala como um mastro, como o melhor amigo, e sua cartola condena aquilo que seus olhos negam a ver.
Há humor em sua voz, e ele se firma quanto está a espreita em qualquer esquina, não espera ser amado, mas, ama.
Ama sem pudor, sem fronteiras.
Entra e sai onde quer e se decide ficar, poucos conseguem demover sua decisão.
Seu amigo não é amigo, seu inimigo é o mais leal.
Nada passa longe de seus passos e elegantemente às vezes senta pra ver a " banda passar".
Ele canta....canta várias melodias, canta hinos de batalhas, canta hinos de louvores, por que por onde passou, gosta de relembrar as maravilhosas melodias.
Veio de longe, e sempre está por perto.
Quando é chamado, vai ao encontro devagar: imponente mas, chega.
Quando não é chamado, os ouvidos ouvem e dali mesmo executa...ele não se furta às suas obrigações.
Um dia de cada vez.
Uma pessoa por vez.
A gentileza é seu cartão de visita, e por isso bebe devagar, fuma com elegância.
Não tem lei, executa. Faz suas próprias leis.
Quem quiser vê-lo, deve se despir de preconceito, deve deixar luxuria de lado, basta ser humano.
Um dia de cada vez.
Sua luz está ao redor de sua silhueta, e pra quem pode ver, já pode sentir.
Ele é o que é.
Ele tem um pouco de você, de mim, de nós.
Ele é Odara.
Ele é Exu.
Ele tem muita luz.
Ele é Nosso Mestre Tranca Ruas.
Laroyê.
Vire a esquina, lá ele estará... com certeza ...
Sinta o cheiro do mundo que ele trás...
ouça a melodia que assobia...que encanta
que hipnotiza...que arrepia...
Isso é Exu.
Isso é vida.
Laroyê.

Laroyê, Exu!! Magnífico texto, parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigada, retornarei aos textos. Grata pelo prestigio!
ExcluirLaroyê seu tranca ruas sempre tão presente em
ResponderExcluirMinha vida! Lindo texto Monica! Bjo
oh!quanto tempo, retornarei aos textos. Obrigada pelo prestigio!
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