quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Devolva-me a vida.

Saudades ... e preciso viver .. .

Saudades do seu riso

Daquele riso meigo, malicioso e feliz....

Saudades da cor de seus cabelos

De suas mãos firmes e delicadas  e frias

Tocando em meus ombros....

Saudades da minha pretensão

De seres somente meu ...

Saudades e viajando da minha janela

As luzes da cidade que o iluminam

Implorando que o vigiem ....

Saudades... não há a um minuto que não sinto a não o saudades.

Saudades ..só a minha única saudades...

A luz, a noite, a chuva ...é saudades ..
.
Saudades do seu caminhar pela rua largas

E meus passos seguindo

Suas pegadas de ontem

Como uma trilha, pelo fato de não perder.... Procurando teu coração

Sem dono ... só minha pretensão

Saudades ....

Saudades de ouvir a sua voz...

Por favor,  necessito viver... Necessito seguir

Devolva-me a vida...

Deixe-me lhe ver...

Não me tires tua imagem ...

Preciso lhe ver...

Seguir seus passos



Prá seguir viver... 

Dentro dos olhos, as asas.

Porque   dentro daqueles olhos não cabiam palavras

Porque dentro daqueles corpos, algo escondia...

Eram diversas estações... Era uma primavera, depois outono, depois ...inverno e o verão aproximava ...

Ambas sentiam o medo da falta

Cada olhar estavam suas asas... Era preciso voar

A qualquer hora ... quem saberia voar?

Quem atreveria a um  salto tão perigoso

Que não poderia ter volta ...

E quem não poderia querer desejar as mesmas curvas?

O mesmo cheiro ..., mas cada olho fechado

Cada voz presa só dizia palavras...

Encanta-me... eram o que as almas aflitas pediam,

Sorria,

Me abrace e me ame

Certo ou errado

Perto ou longe

Dentro ou fora da chuva

Estamos aqui
Sem saber porque era hora de abrir os olhos
E se olharem

A cada bela curva de seus corpos nus...

Os pés tão femininos conduziam cada qual ao seu antro

Até então desconhecido ... e era a hora

Das bocas se encontrarem

E depois...
Nem a natureza

poderia entender

Nem a natureza poderia impedir

As curvas se encaixaram e

Perdidamente elas se amaram .
..
Somente as duas

Somente o teto
E cada olhar eram

asas permitindo voar..

E ao mesmo tempo escondendo a vida.

Era preciso voltar, um dia
quem sabe

Mas, por hora...

Bastavam as duas...

Bastavam aqueles cabelos,

Bastavam cada toque dos seios

Batava cada riso

Bastava cada lábio trêmulo
Bastou voar

Mesmo de olhos fechados

Sem palavras ...

Ente pernas e braços

Precisavam ir sem esquecer o aroma daquela tarde

O mesmo olhar disse adeus

E os pés femininos

Fecharam a porta e o ultimo tocar dos dedos

Até antes entrelaçados

Era a alma chamando

As duas almas de mulher

Que eram tão iguais

Que naquela tarde

Se confundiam ... se amaram .
.
E sem palavras, sem verdade, nada se disse

E a fogueira não apagou

Mas o medo da falta de cada uma não dissera adeus

Os olhares de asas sabiam que iram voltar ...

Precisavam mais amar que nunca ...

Sem nenhuma palavra...












segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

FERIDA




 E fiquei ferida
Não sei que fazer
Se é fato: te quis.
E  um dia quando estiver longe de você
Quando a vida nos separar
Talvez, você há de querer-me por perto ...
Eu te juro,
Já não estarei por ali.
Sabe, você fará de pedaços a sua vida,
Foi uma súbita loucura querer-te
Mas, não voltarei ...
Aquelas nuvens que você conhece bem
Onde o vento quebra, onde o vento junta e faz f novas nuvens
Dali, algumas gotas cairão
Mas, ainda assim,
Você não me devolverá o beijo que nunca me deu
E ferida
Chorarei de raiva
Pelo teu beijo negado.
Não sei se pensará em mim algum dia
Mas, te digo
Qualquer lugar que você estiver talvez por ali, estarei ... fomos pedras... se batendo
E, ainda assim, ferida
Chorarei de raiva
Pela noite negada

Pelo beijo nunca dado ... 



Não ao Passado


Caminhamos por ruas
Entre tantos, ainda assim, nos escondíamos.
Era eu e você.
O disparo de meu coração era único som, único ruído da movimentada rua.
Ouvia tua voz. Atentamente. Como se fosse uma sinfonia, um mantra...
Ouvia tua voz, bebia sua boca.... Era melodia...
Entrei em seus olhos através das lentes sombrias, mas, penetrei...
Caminhamos ... e a vida
Fez novamente pedaços ...
Não cabíamos ali
Você não cabia em mim
Nem eu em você.
Não voltarei ... porque sei
Que a vida nos despedaçou
E sofríamos... calados
e.... por insistência
o Deus que nos olhava nos dava a  graça de estarmos ali ... lado a lado.
Era uma despedida.
Era uma partida.
Era um adeus.
Não voltarei. Confessei minhas ânsias
E enjaulei meus instintos mais fêmeos,
E você, tão sutil me negou ... ah! Me rejeitou
Protegia a você
e... sua proteção me machucava ...
um chicote marcava e machucava mansamente meu coração ...talvez a alma...
Firme, forte...sorri...
Novamente a vida nos despedaçava
E,
Com sua ausência sigo,
Sem nada seu...
E você  sem nada meu.
Mas, quando estiver longe de mim
Terá saudades minhas ... lá não estarei e não voltarei ...
Novamente a vida ... despedaçando sem cerimonias ...
E você terá lembranças minhas
Mas, não voltarei...
Se um dia, loucamente te quis
Hoje, quero estar longe de você ... muito longe ...
Fomos ciladas da vida
Sem nenhum prá nenhum
Nada prá mim
Nada prá você...
Mas, tua melhor lembrança...levarei
E o que há de mim deixo com você
Mas, o que foi seu, devolvo
Não posso despedaçar minha vida
E o beijo  que nunca tive, lhe entrego, lhe devolvo.



OS AMANTES



Então os dois tão só.
Então os dois tão a sós.
Nada saia de suas gargantas ... tantas coisas prá falar, tantas coisas para dizer... ali ...
Então os dois se escondiam.
Um passo por ali, outro aqui. Nunca estiveram ali.
Tudo novo. Menos os dois.
Ela ia à janela... olhava aquele mundo da fuga, e ele, mantinha o papel da de guarda-costas... o cheiro de seus cabelos eram como um calmante pra ele....
Deveria abraça-la?
Deveria virá-la e ficar frente a frente e ... olhar bem fundo daqueles olhos tão belos e misteriosos? O que seria dele se, se ela fosse dele, por alguns instantes? De quem seria a maior felicidade??
Ela seguia falando debruçada à janela.
Era bom tê-la ali. Ela era um universo de mistérios. Mas, era mulher.
Deixou a posição de guarda-costas e a fitou sem que ela notasse... percebia a marca da vida, das coisas, do mundo, mas era ela sim, de qualquer maneira, não era amor, mas, ela a queria... e muito!
Ela cheia de si, ainda atônita ante aquele mar e céu, ante aquele homem, já não sabia quem era ela.
Pretensiosamente não fazia parte dali.
Ela ia e vinha até a sacada, lado a lado, parecendo uma ordem, parecendo qualquer ação prá agir.
Ela não agiria.
Ele também não.
A sacada estreitou, mas, aquele céu e o mar era bastante para os dois.
Silencio. Dois corações. Duas almas.
Ela falava da vida.
Ele, falava da vida que não teve.
Ela falava de sonhos.
Ele planejava, mas, não conseguia ir além ... para ele, algo faltava, para ela.... Algo sobrava.
O ímpeto da tarde, sacudiu os dois...já era o cair da tarde ...que lindas cores...
Falar das vidas bastou para eles.
Silencio. Penumbra mágica, e ele volta na antiga posição de guarda-costas, segura em seus ombros, doce sensação, ele acharia ali um ombro firme, sem nada aparente.... Não! O seu toque naqueles ombros ele  pode perceber...e a sentiu!
Ele a percebeu tão pequena aquela mulher, tão simples tão original. Era ela. Apertou seus ombros, como se tivesse a certeza que era ela mesmo!
O rodopio veloz daqueles pezinhos confrontou ele e ela.
O rodopio de uma bailarina e os braços abraçaram cada corpo.
Abraços únicos, ainda assim, evitam os olhares... ele apertava contra seu corpo... espantou-se tanta curva ali naquele num corpo tão miúdo, tanta suavidade e percebeu que ela estava  na ponta dos pés para ele. Para alcança-lo, para tê-lo... para se entregar.
Face a face.
Olhar e olhar.
De repente, foi-se a penumbra.
Aquele imenso mar e céu dividiram a mesma cor.
O coração dele.
O frisson da vida para ambos voltara. A noite era testemunha ...
Não havia razão para não seguir, então, ele, tão sensível e determinado abraçou o miúdo rosto e a beijou.
Passeou pelo seu céu da boca.
Aspirou cada fragrância que o corpo dela exalava. Era ela sim.
Mais beijos.
Mais ele, mais ela.
Silencio. O que dizer? Não havia nem porque parar. E Ele, lembrou... “ um dia eu pegaria sua boca”.... E assim o foi.
Tão leve quanto o seu toque, foi a leveza de seu corpo, que ele carregou até a cama, até lá a história já era passado.
A beleza daquele dois, era de causar saudades aos menos afortunados.
Era de causar inveja aos menos descrentes,
Ele ávido por ela.
Ela, insaciável por ele.
Os corpos nus provaram isso.
Nada mais importava ali.
Nada,
E, assim seguiram, por muito tempo, por longo tempo, sem promessas, sem juras, ela se rendia passivamente e ele, saciado amava mais. Cada vez mais.
Ao fim.
Tanto cansaço, ela adormeceu ouvindo as batidas do coração do amante, e ele, cansado, mirava o teto, e ali, observava o filme de sua vida, o filme dele e dela, seus olhos iam e viam a todo instante.
As suas largas mãos, acariciavam os cabelos dela, queria que todo perfume dela fixasse nele, que ficasse para sempre. E assim foi ...
O teto terminou a última seção de sua vida – como um filme – e por fim, ele cerra os olhos e adormece.
Ela não se mexe. Sabe decifrar as batidas do coração de qualquer coração... qualquer um .... Aquele coração estava vivo, apreensivo e talvez, apaixonado, ela soube que aquele coração pulsou por ela, escolheu ela...não era hora para prazos... as batidas daquele coração só diziam que ela o havia feito feliz ...
O silêncio trouxe a melodia tão singela dos amantes, lá fora ao longe, ela podia ouvir as ondas quebrando na praia…nas pedras .... Sentia a brisa balançando naquelas cortinas brancas...lembrava que a sacada agora estava vazia e som daquele coração ...
Ela levanta e agradece ao Universo ter sido amada.
Retorna ao leito, nua e silenciosa, e ele, novamente abraça o seu rosto e a faz mulher outra vez, e ela sorri ouvindo novamente o seu coração e olhando em seus olhos, para sempre ou enquanto durar a noite.
“Fica comigo”- ele diz...
Ela sorri e o abraça.
Mônica