quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Voo das Estações

Entra e sai estação,

Se finda uma...

As folhas caem e o sol queima minha pele...

E tudo segue sua rota,

Faço mil coisas para te esquecer,

Esquecer aquele passado ...não foi nesta estação

Não foi nesse verão, nem no inverno passado ...

O passado foi precioso ...talvez por isso esteja 
presa a você ....


Até quando?

Pronunciar teu nome lentamente agora é um mantra,

Ainda tenho em minhas mãos seu rosto colado ao meu...

Ainda peço a Deus viver , mesmo sem você

Mas, amanhã, desistirei ...é sabido que não rezo mais

Nem por mim, nem por você, nem por nós...

Só vivo ...

Na moldura é seu sorriso sim

E entre as mil coisas

Invento um voo de pássaro ferido

Indo atrás de outra estação

Para não me sentir tão só...

Refazendo minhas mil coisas

Novamente erro a rota costumeira

E entre o mantra e a moldura

Me rendo ao precioso passado ... ao final de uma 

nova estação ...




terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Lágrimas de Tormento

E ela no aconchegou na pedra, sentou-se e renunciava a tudo.
Conversou com sua alma, não  conversou com o mar, nem com o céu ... mas, prá si, prá sua alma...  renunciava o seu amor ...
Ela renunciava  ele.
Ele passaria por sua vida sem  mesmo saber  ... ela jamais saberia 
Ela jamais diria que o amava ... ele jamais saberia...
e passaria em silencio por ela. 

Ela jamais diria que o amava... renunciava  a ele.... renunciava os abraços que jamais sentiria.... renunciava as mais belas palavras que poderia dizer a ele... 
Ela renunciava a ele... não o amor... 
Cada  aconchego sobre a  pedra, caiam lagrimas ... eram dor  do impossível, do sonho que jamais iria realizar.
Ela sabia que sonharia com ele, sonharia  com os lábios dele , sonharia com seu corpo... Mas, renunciava...
Ela seguiria amando  mais que nunca.... em silencio....
Ele jamais saberia do amor que ela sentia ,por isso, renunciava...
Sonharia quantas vezes possível fosse... e desesperadamente desejaria seus lábios... mas, ele jamais saberia o quanto que ela a amava ....
No aconchego da pedra, ele sabia que o amaria mais que nunca... amaria sempre em silencio, amaria como algo de fato impossível.... Saberia que jamais poderia tocar seus cabelos e penetrar naqueles olhos verdes, e aos seus ouvidos dizer as mais belas palavras sempre prontas ....
Não.... jamais ele saberia que ela a renunciava ....
Sorriria pra ele... Explodiria seu coração... mas, ainda assim, ela renunciava a ele e nem isso, ele jamais saberia....
As lágrimas do tormento eram comuns mas, naquele instante se fez forte, por que em definitivo ela estava renunciando a ele, era o adeus, era o rito  da renuncia: desabar e rasgar o coração para sempre.
Ela continuaria amando em silencio.... sem ele saber...
Levantou-se da pedra que a aconchegou. Enxugou as lágrimas, e seguiu, ainda assim, seguindo amando-o, deixando -o em sua vida, sem ele saber.